terça-feira, 19 de abril de 2011

Como explicar a Páscoa?

Oii! Aproveitando a semana de Páscoa, aí vai um artigo bem legal sobre!
Uma ótima Páscoa à todos, que o coelhinho venha bem gordo!
Beijos
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PÁSCOA!


     - Papai, o que é Páscoa?
     - Ora, Páscoa é... Bem... É uma festa religiosa!
     - Igual ao Natal?
     - É parecido. Só que no Natal comemora-se o nascimento de Jesus, e na Páscoa, se não me engano, comemora-se a sua ressureição.
     - Ressureição?
     - É, ressureição. Marta, vem cá!
     - Sim?
     - Explica pra esse garoto o que é ressureição pra eu poder ler o meu jornal.
     - Bom, meu filho, ressureição é tornar a viver após ter morrido. Foi assim que aconteceu com Jesus, três dias depois de ter sido crucificado. Ele ressuscitou  subiu aos céus. Entendeu?
     - Mais ou menos... Mamãe, Jesus era um coelho?
     - O que é isso, menino? Não me fale uma bobagem dessas! Coelho! Jesus Cristo é o Papai do Céu! Nem parece que esse menino foi batizado! Jorge, esse menino não pode crescer desse jeito, sem ir na missa pelo menos aos domingos. Até parece que não lhe demos uma educação cristã! Já pensou se ele solta uma besteira dessas na escola? Deus me perdoe! Amanhã mesmo vou matricular esse moleque no catecismo!
     - Mamãe, mas o Papai do Céu não é Deus?
     - É, filho. Jesus e Deus são a mesma coisa. Você vai estudar isso no catecismo. É a Trindade. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo.
     - O Espírito Santo também é Deus?
     - É sim.
     - E Minas Gerais?
     - Sacrilégio!
     - É por isso que a ilha de Trindade fica perto do Espírito Santo.
     - Não é o Estado do Espírito Santo que compõe a Trindade, meu filho, é o Espírito Santo de Deus. É um negócio meio complicado, nem a mamãe entende direito. Mas se você perguntar no catecismo a professora explica tudinho!
     - Bom, se Jesus não é um coelho, quem é o coelho da Páscoa?
     - Eu sei lá! É uma tradição. É igual Papai Noel, só que ao invés de presente, ele traz ovinhos.
     - Coelho bota ovo?                        
     - Chega! Deixa eu ir fazer o almoço que eu ganho mais!
     - Papai, não era melhor que fosse galinha da Páscoa?
     - Era... Era melhor, sim... Ou então urubu.
     - Papai, Jesus nasceu no dia 25 de dezembro, né? Que dia ele morreu?
     - Isso eu sei: na Sexta-feira Santa.
     - Que dia e que mês?
     - (???) Sabe que eu nunca pensei nisso? Eu só aprendi que ele morre na Sexta-feira Santa e ressuscitou três dias depois, no Sábado de Aleluia.
     - Um dia depois!
     - Não, três dias depois.
     - Então morreu na Quarta-feira.
     - Não, morreu na Sexta-feira Santa... Ou terá sido na Quarta-feira de Cinzas? Ah, garoto, vê se não me confunde! Morreu na Sexta mesmo e ressuscitou no Sábado, três dias depois!
     - Como?
     - Pergunte à sua professora de catecismo!
     - Papai, porque amarraram um monte de bonecos de pano lá na rua?
     - É que hoje é Sábado de Aleluia, e o pessoal vai fazer a malhação do Judas. Judas foi o apóstolo que traiu Jesus.
     - O Judas traiu Jesus no Sábado?
     - Claro que não! Se Jesus morreu na Sexta!!
     - Então por que eles não malham o Judas no dia certo?
     -Ai...
     - Papai, qual era o sobrenome de Jesus?
     -Cristo. Jesus Cristo.
     -Só ?
     -Que eu saiba sim, por quê?
     -Não sei não, mas tenho um palpite de que o nome dele era Jesus Cristo Coelho. Só assim esse negócio de coelho da Páscoa faz sentido, não acha?
     -Ai coitada!
     -Coitada de quem?
     -Da sua professora de catecismo!

Luís Fernando Veríssimo

terça-feira, 5 de abril de 2011

O fundo da folia

Oi, pessoas!
Hoje vou postar um e-mail que eu recebi da minha amiga Greta. Quando eu o vi, eu não acreditei; sério!
Como vocês podem ver ali em baixo da minha fotinho do perfil, diz que sou apaixonada por mar, água, etc. E essa matéria me deixou muito, mas muito desapontada com o que o ser humano pode se tornar em uma simples festa de carnaval! Quero já dizer que não sou contra o carnaval, quem me conhece, sabe que eu adoro uma festa, folia e tudo mais. Mas acho que tudo isso tem de ter respeito com as pessoas, e muito mais com a natureza.
Aí vai, e se puderem, divulguem isso, por favor!
Beijos!
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O fundo da folia

     "Dez dias após o carnaval, resolvi mergulhar com dois amigos na área do Farol da Barra para confirmar a notícia de que havia uma quantidade absurda de lixo espalhada pelo fundo do mar naquela área.
     Mesmo com a água um pouco suja por causa das chuvas do dia anterior, logo identificamos o local. Na verdade o lixo não estava espalhado, mas concentrado em um canal provavelmente em razão do movimento das marés. Uma cena lamentável! Eram pelo menos mil e quinhentas latinhas metálicas e garrafas plásticas.

O fundo da folia

     Da superfície o visual parecia com as imagens áreas que vemos dos blocos de carnaval durante a festa momesca. Só que ao invés de estarem pulando, dançando e se beijando ao som frenético e ensurdecedor dos trios elétricos, os foliões do fundo do mar estavam rolando de um lado para o outro numa mórbida coreografia, empurrados silenciosamente pelo balanço do mar, sem dança, sem alegria, sem vida e sem poesia.
     Assustados, decidimos não retirar o material naquele dia na esperança de tentar sensibilizar algum veículo de comunicação para fazer uma matéria com imagens subaquáticas. A intenção era compartilhar aquela agressão carnavalesca com nossa população e os donos da folia.

O fundo da folia

     Fizemos contato com pelo menos três emissoras e todas pediram que enviássemos e-mails com fotos, o que fizemos imediatamente. Aguardamos respostas por dois dias e como não tivemos qualquer retorno, optamos por retirar o lixão de lá para evitar maiores danos.
     A bem da verdade estávamos super desconfortáveis com nossas consciências por termos testemunhado aquela cena e deixado para resolver o problema dias após. Mas tínhamos que tentar a matéria para que a ação não se resumisse somente à coleta do material.
     Tínhamos em mente que a repercussão sensibilizaria os empresários e artistas do carnaval, os órgão públicos, a imprensa, as empresas financiadoras e nossa gente. A tentativa foi boa, mas não rolou…

O fundo da folia

     Fomos então, no terceiro dia após o primeiro mergulho, retirar o material. Antes, porém, fiz questão de chamar um amigo que tem uma caixa estanque para filmarmos a ação e guardarmos o documentário visando trabalhos futuros e até mesmo a matéria que queríamos na TV.
     Sem cilindro de ar e contando apenas com duas pranchas de SUP (Stand Up Paddle) e alguns sacos grandes, éramos quatro mergulhadores ousados retirando do fundo do mar tudo o que podíamos naquela tarde.
     Pouco antes de o sol se pôr conseguimos finalmente colocar todo o lixo na calçada. Muitos curiosos, inclusive turistas, olhavam intrigados a nossa atitude e a todo o instante nos questionavam sobre a origem daquele resíduo. A resposta estava na ponta da língua: Carnaval!

O fundo da folia

     Vou logo informando aos amigos leitores que não sou contra o carnaval, muito pelo contrário, sou fã por diversos motivos, mas acho que a realidade da festa não guarda a menor relação com as belíssimas cenas, as informações rasgadas de elogios e a excessiva euforia amplamente divulgada pela mídia.
     Sei que o comprometimento com os patrocinadores e aquela velha guerrinha de vaidades contra os carnavais de outros estados como Pernambuco e Rio de Janeiro, acabam conspirando para isso. Mas vejo aí um modelo cansado, super dimensionado, sem inovações socialmente positivas e remando na direção oposta ao desenvolvimento sustentável da nossa cidade.
     Aquele lixo submarino é um pequeno sinal deste retrocesso. Pior, patrocinado solidariamente pelos grandes empresários, artistas e principalmente pelo poder público que tem o dever de melhorar nossa segurança, nossa saúde e educação.
     Aproveito o embalo para incluir indignação semelhante sobre os eventos realizados na praia do Porto da Barra durante o verão.
     O “Música no Porto” e o “Espicha Verão” não tem trazido nada de bom para nossa cidade, além da oportunidade de vermos ótimos artistas de perto e de graça. De resto, o lixo, o mau cheiro, a degradação ambiental, o xixi pelas ruas, a impressionante quantidade de ambulantes amontoados por todos os espaços públicos e a agressão aos patrimônios históricos, são um grande “pé na bunda” do turista de qualidade.

Espicha Verão. Foto: 
Manuela Cavadas / Agência A Tarde

     É o mesmo que olhar para uma bela maçã com a casca brilhante e aspecto suculento, porém, apodrecida por dentro… Naquele final de tarde acabamos contemplando um por do sol diferente. O monte de lixo empilhado na calçada do Farol da Barra virou atração. E como Deus é grande, fomos brindados com a presença de valorosos catadores de rua para finalizar a limpeza.
     Desta ação, além das ótimas imagens documentadas em vídeo, resta rezar para que os donos do carnaval, dos eventos no Porto da Barra e nossos queridos foliões se toquem que algo tem que mudar.
     O fundo do mar não merece aquele bloco reluzente e, ao contrário do asfalto, o oceano costuma revidar violentamente as agressões sofridas.
     Não tem alegria alguma no fundo da folia!"

sábado, 2 de abril de 2011

Especialização Precoce: danos causados às crianças.

Oi, gente! Resolvi colocar um assunto bem interessante e polêmico.
Espero que gostem
Beijos
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     O esporte vem ocupando um espaço cada vez maior na vida das pessoas, especialmente das crianças e dos jovens. A influência dos eventos esportivos divulgados com grande freqüência pelos meios de comunicação, a identificação com ídolos, a pressão dos pais e dos amigos e a esperança de obter sucesso e status fazem com que um número crescente de crianças inicie sua prática cada vez mais cedo. 95% dos pais estão a favor da prática esportiva de seus filhos.

     A iniciação esportiva e seus treinamentos são muito mais freqüentes do que se pensa, basicamente por se a criança influenciável e por sua elasticidade e dependência dos adultos. O adiantamento da idade de máximo rendimento, principalmente em determinados esportes, motiva federações, clubes e treinadores a iniciar este processo dirigido ao alto rendimento cada vez mais precoce. A busca do êxito e vitórias (medalhas) a qualquer preço. Geralmente são os pais que buscam uma compreensão, por meio dos filhos, das vitórias e títulos esportivos não conseguidos por eles mesmos, estimulando a iniciação prematura nos esportes, sendo que nenhum deles se ajusta aos interesses e necessidades reais das crianças.


     A maioria dos pediatras consideram a prática esportiva infantil positiva, entretanto, essa aceitação se dá para crianças a partir de 7 anos de idade. A prática excessiva contribui para a degeneração hipocinética. É uma doença caracterizada pela diminuição da capacidade funcional de vários órgãos e sistemas, levando a carência relativa de movimentos. Esta doença, somente afetava aos adultos; o que se relaciona também que hoje, com um mundo civilizado, as crianças são liberadas de esforços físicos, o que dá cada vez menos espaço a estímulos naturais aos jogos infantis. A prática esportiva leva a melhora da saúde de forma geral, como prevenção de doenças cardiovasculares. O esporte fomenta na criança e no adolescente a maturidade, o crescimento e o desenvolvimento. Perigoso só é o esporte de alto rendimento específico realizado na idade infantil.

     Por parte dos psicólogos, as razões utilizadas aos benefícios das atividades físico-desportivas são elementos preventivos e terapêuticos na ansiedade, no estresse e na depressão, produz efeitos sobre a cognição, a afetividade e a agressividade. Já para fisioterapeutas e profissionais da educação física, as razões são os desenvolvimentos motores, capacidade física e condições biológicas.

     A iniciação esportiva implica um aprendizado e posterior treinamento progressivo, direcionado a melhorar e depois aperfeiçoar os diferentes aspectos orgânicos, funcionais, técnicos e táticos necessários ao ótimo rendimento no esporte escolhido. Já a iniciação esportiva precoce é a atividade esportiva desenvolvida antes da puberdade e caracterizada por uma alta dedicação aos treinamentos e principalmente por ter uma finalidade eminentemente competitiva. Outro sistema de iniciação bem próximo, é quando a criança se introduz a um processo de treinamento planejado e organizado a longo prazo, visando o gradual aumento do rendimento, este é chamado de treinamento especializado precoce. O sistema esportivo infantil, basicamente competitivo, é um sistema adaptado do modelo adulto.


     Para alguns dirigentes, treinadores e monitores esportivos, geralmente pessoas sem formação universitária, esta prática é justificada e não existe nenhum inconveniente em iniciar a criança precocemente nos treinamentos e competições esportivas a nível federado. Entretanto, para pessoas com formação acadêmica, esta iniciação é um atentado contra a criança e mais amplamente contra toda a infância que deveria estar proibido ou no mínimo regulamentado: número máximo de horas de treinamento, por exemplo. Assim como a intensidade e os objetivos, e na formação e qualidade do ensino da pessoa responsável.

     Problemas físicos, psicológicos e de integração são apresentados tanto ao longo do treinamento esportivo precoce, como na iniciação esportiva precoce. Patologias em praticantes de diversas modalidades esportivas como, halterofilismo, remo, natação e outros; todos estes atletas quando crianças haviam sido submetidos às estas práticas. Pediatras afirmam: não é conveniente a prática esportiva competitiva antes do final da puberdade.

     A prática esportiva competitiva precoce pode ocasionar riscos à saúde corporal das crianças. Os riscos de tipo físico são: problemas ósseos, articulares, musculares e cardíacos; esportes tecnicamente mais complexos que empregam um grande número de repetições de gestos técnicos, visando à automatização e aperfeiçoamento do movimento. O grande problema desse tipo de risco reside no impacto e na similitude dos gestos, principalmente se nos referimos a crianças em pleno processo de desenvolvimento. É importante lembrar que a criança não é um adulto (atleta) em miniatura, e que o professor ou treinador, além de sua tarefa técnica, deve ter responsabilidade pedagógica com futuro do jovem.

     Há também o risco de tipo psicológico, no qual se relaciona com a conduta e o estado mental do indivíduo. Crianças que exercem competições têm níveis anormalmente altos de ansiedade, estresse e frustração; são conhecidos como talentos esportivos com futuro promissor, mas se sentem martirizados internamente por fracassos e desilusões resultantes de maus resultados em competições. É chamada infância não vivida, por culpa de treinamentos de alta dedicação, o que pode provocar uma formação escolar deficiente, menos entrosamento com o grupo escolar, onde a criança esportista participa menos das brincadeiras e jogos do mundo infantil, atividades estas que são indispensáveis ao pleno desenvolvimento de sua personalidade.

     Outro risco que é citado é o risco de tipo motriz. O treinamento esportivo precoce busca o rendimento em um aspecto concreto da execução motriz, no modelo competitivo, ignorando geralmente os outros importantes objetivos educacionais que o esporte pode oferecer, é chamada de pobreza motriz. Isso causa impossibilidade da prática futura de um esporte diferente. É normal observarmos atletas com automatismos motores extremamente rígidos, o que lhe impede de executar movimentos novos e diversificados.

     O último risco é o risco esportivo. É muito difícil conhecer com exatidão as características do futuro atleta quando este é muito pequeno. A criança treinada pode não ter mínimas condições futuras no esporte que lhe é especializado. Títulos durante a infância não é garantia de sucesso esportivo quando o atleta se torna adulto.

     Para evitar tais riscos vistos a cima, é importante citar: a formação e atuação do professor, os meios e objetivos propostos, a faixa etária das crianças, o tipo de competição, participação da família, etc. É recomendado para um treinamento adequado para crianças priorizar atividades aeróbicas e em grupo, evitar cargas elevadas e aumentar trabalho de flexibilidade para que não danifiquem articulações, ossos e músculos, escolher movimentos variados e habilidades naturais ao invés de gestos técnicos e exercícios elaborados, valorizar o aspecto lúdico das atividades e ter em mente a limitação do processamento de informação nas crianças.

     Ensinar esporte às crianças é muito mais do que apenas repetir treinamentos de pessoas adultas, é contribuir para sua formação integral: suas habilidades motoras, desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e social. Construindo autonomia, adquirindo segurança, se integrando socialmente, para que ela possa incorporar uma cultura de lazer com o esporte e que possa usá-lo na sua vida e se tornar uma pessoa mais saudável.


"(...) se o (a) professor (a) se render ao discurso de que apenas a vitória é construtiva,
o esporte cumprirá a infeliz tarefa de conservar essa estupidez".
Wilton Carlos de Santana



sexta-feira, 1 de abril de 2011

Primeiro de Abril

Pensei que fosse brincadeira de primeiro de abril, mas não era...


...


Beijos (pra quem olha o blog, se ninguém olhar, é beijo pra ninguém mesmo...)